sábado, 11 de novembro de 2017

4 - O maior crítico de arte


Primeiro você precisa decidir se pretende fazer letra, música ou os dois. Daí reserve um horário tranqüilo num canto sem interrupções por pelos menos 1 hora.

Pode parecer incrível mas o maior crítico do artista normalmente é ele mesmo. É esse crítico que habita o nosso interior quem mais nos atrapalha na hora da criação. Ele é o responsável por tanta gente desistir de compor. Enquanto você tenta fazer algo ¨de bom¨ ele fica fazendo troça de você, desmerecendo seu trabalho, comparando você com seus ídolos. Justamente com seus ídolos!...

Assim ele quer lhe mostrar que você nunca, jamais, em tempo algum conseguirá chegar aos pés daqueles que você tanto gosta.

E ele é muito mais implacável com o compositor do que com o músico. Afinal agora você está criando. Então é você contra ele nesse momento, numa luta desigual. Ele pode te atazanar, conhece todos os seus pontos fracos e vai te encher de dúvidas. E você não pode nem ao menos lhe dar um soco bem dado no nariz - que é o que um cara desses merece.

Então faça assim: tranque-se no seu canto, desligue o celular, leve água, papel, caneta, instrumento, enfim tudo o que precisar. Assim você não tem que ficar parando o tempo todo pra pegar alguma coisa que esqueceu, atender o telefone, etc.

Sente-se e respire fundo. Acalme-se. Lembre-se que a maioria dos artistas que criam não trabalha bem sobre pressão. Você está apenas começando, sem o compromisso de compor uma obra-prima logo de cara. Na real: ninguém consegue isso.

Lembre-se que quando você começou a tocar um instrumento houve horas de muita frustração, quando você até pensou que não levava jeito pra coisa. Sabia que o Gonzaguinha, nesse ponto já conhecido da Mídia, achava que tocava mal violão e não queria tocar em público? Foi o Dominguinhos que o convenceu.

Com a composição vai ser assim também. Você vai fazer um pouco por dia. Prepare-se para trabalhar por semanas com essa mesma música até ficar do jeito que você quer.

Hoje é só o primeiro passo. Você vai tocar uns acordes, tentar algumas coisas e só. Ás vezes vai até ficar parecido com algo que você já toca. Não tem problema: é absolutamente normal. Depois você resolve isso.
O importante hoje é começar. Hoje você está começando a compor. Marque o dia na folhinha.

Daí olhe bem pra esse crítico de arte chato e falido aí do seu lado. Dê um pescoção nele pra fora do quarto, tranque a porta, relaxe e... mãos a obra.

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